quarta-feira, 17 de setembro de 2008

De onde veio? Como chegou ao Brasil?

Existem várias versões para a origem do cordel, a primeira é que na Espanha este mesmo tipo de literatura popular era chamado de pliegos suletos, denominação que também passou a América Latina. Na França, o mesmo fenômeno correspondia à littèratue de colportage- literatura volante, mais dirigida ao meio rural. Também há notícias sobre folhetos de cordel, no século XVII, na Holanda, como nos séculos XV e XVI, na Alemanha. Na Alemanha, os folhetos tinham formato tipográfico em quarto e oitavo de quatro e a dezesseis folhas. Editados em tipografias avulsas, destinavam-se ao grande público, sendo vendidos em mercados, feiras, tabernas, diante de igrejas e universidades. Suas capas (exatamente como ainda hoje, no Nordeste brasileiro), traziam xilogravuras, fixando aspectos do tema tratado. Embora a maioria dos folhetos germânicos fosse em prosa, outros apareciam em versos, inclusive indicação, no frontispício, para ser cantado com melodia conhecida na época. . Tudo isso mostra à evidência que, embora tenhamos recebido a nossa literatura de cordel via Portugal e Espanha, as fontes mais remotas dessa manifestação estão bem mais recuadas no tempo e no espaço. Elas estão na Alemanha, nos séculos XV e XVI, como estiveram na Holanda, Espanha, França e Inglaterra do século XVII. No Brasil - não mais se discute - a literatura de cordel nos chegou através dos colonizadores lusos, em "folhas soltas" ou mesmo em manuscritos. Só muito mais tarde, com o aparecimento das pequenas tipografias no fim do século passado, a literatura de cordel surgiu e se fixou no Nordeste como uma das peculiaridades da cultura regional.

joão Firmino é nosso!!!

Cordelista Sergipano, nascido na cidade de Itabaiana, é um dos ocupantes da Acadêmia Brasileira de Literatura de Cordel- ABLC.
Em 1957, na cidade de Alagoinhas, João Firmino lançou seu primeiro trabalho. Um folheto com oito páginas, intitulado As bravuras de Miguel, o valente sem igual. “Este meu livro foi cheio de falhas, assim como todo primeiro trabalho”, afirma ele em entrevista a Najara Lima.
Cordelista não desanimou e continuou a escrever. A última carta do padre Cícero Romão, seu segundo trabalho, tornou-se um grande sucesso por suas várias edições.
O autor se queixa da falta de interesse pela literatura, em especial pela literatura de cordel. E culpa os meios de comunicação por isso. “Hoje o cordel não tem mais a afluência que já teve em sua época áurea. O povo tinha muito desejo de ler o livro. O livro era a diversão, a novela da época. Mas antes não existia a TV, e mesmo o rádio ainda tinha pouca expressão”, contesta João Firmino. Para ele, até mesmo os estudantes lêem forçosamente. Se lerem, não o fazem porque gostam, e sim em troca de algum benefício concedido pelo professor. “Hoje ninguém tem tempo para ler. A TV toma o tempo das pessoas”, diz ele.

Referência para os que passam pelo Mercado Albano Franco, seu João Firmino ocupa hoje um espaço cedido pela Funcaju juntamente com a Emsurb. Sua banca faz sucesso com os turistas, que param para comprar e acabam desfrutando da sabedoria do maior cordelista do Estado. Apesar de amar sua terra, João afirma que o valor atribuído ao cordel, em Sergipe, é muito menor que o merecido. “Hoje quem mantêm minha banca são os turistas, não são os sergipanos”, declara.
Foi a humildade e a sabedoria que fizeram de João Firmino um dos cordelistas mais respeitados do Brasil. Aos 63 anos, ele permanece de segunda a sábado, das 08h30 às 16h30 em sua banca. Lá ele vende o que há de melhor em literatura de cordel, expondo sua obra e conservando uma parcela valiosa da nossa cultura. Com mais de 50 trabalhos publicados, o cordelista, que vê no cordel a razão de sua vida, é um nome a ser imortalizado na história sergipana.

domingo, 14 de setembro de 2008

As Conquistas Historicas Presente nos Cordeis

As Lutas de Jose do Patrocinio
O Tigre da Aboliçao


Peço inspiraçao divina
pra falar com vocaçao
pois tenho imenso respeito
por um grande cidadao
que nas lutas foi audaz
esse guerreiro voraz
" o tigre da aboliçao".


Negrinho do pastoreio
suplico com a pena erguida
que me de a rima certa
e a inspiraçao contida
para transformar em versos
a historia e os reversos
da raça mais oprimida!

A escravidao no Brasil
manchou a nossa historia
tanto negros como indios
tem uma herança ilusoria
o preconceito e a maldade
junto com a desigualdade
matam o sonho de vitoria.

O negro foi massacrado
pelos senhores feudais
sofreu mesmo sem dever
mil castigos infernais
mas Jose do Patrocinio
sem temer ao exterminio
buscou seus ideais...

No ano mil e oitocentos
e cinquenta e tres nascia
aos nove do mes de outubro
deu seu "grito de alforria"
das prisoes carnais liberto
para seu destino certo
como heroi se aclamaria.

No estado da Bahia
nasceu para ser alguem
aos treze anos de idade
partiu pra viver alem
desde cedo foi guerreiro
nao se apegou ao dinheiro
nem foi sujeito a ninguem.

No Gazeta de Noticias
deu o seu primeiro grito
combatendo a violencia
nunca fugiu do conflito
seu discurso era eloquente
convencia a muita gente
tinha voz tal qual apito.

"A escravidao e um roubo",
era assim o seu discurso
conscientizava o povo
seguiu firme em seu percurso
visava um novo horizonte
via por cima do monte
em tudo achava recurso.


Por sentir as maos atadas
deixou o jornal Gazeta
pois queria liberdade;
(ser livre feito um cometa)
tinha essa ideologia
lutr contra a tirania
que dominava o planeta.


Com ajuda do seu sogro
comprou proprio jornal
era o Gazeta da Tarde
um sonho, em seu ideal
nascia uma nova etapa
para fazer novo mapa
nessa luta racial.


Junto a um grupo seleto
dos aboliciopnistas
tinham o mesmo ideal
e um sonho de conquistas
fizeram um manifesto
o jornal era um protesto
contra os loucos escravistas.


E pela emanicipaçao
houve uma luta incessante
de norte aa sul se ouvia
o eco desse levante
confederaçoes sao feitas
se uniram todas as seitas
num intuito triunfante!


Os negros por liberdade
ha muito tempo clamavam
mesmo antes de Palmares
este sonho acalentavam
foi no seculo dezenove
que uma multidao se move
para a redençao marchavam.


Por toda parte se via
o povao insatisfeito
a servidao era mancha
e um grande desrespeito
o poder dominador
nao dava o menor valor
amavam o preconceito.


Foi o povo nordestino
pioneiro, decidido,
quem deu o primeiro passo
pra redençao do oprimido
e um jangadeiro forte
negou-se a fazer transporte
do escravo tao sofrido!


Foi aqui no Ceara
que a liberdade nasceu
o grande Dragao do Mar
de orgulho nos encheu
mostrou que era capaz
de transpor os temporais
e ao preconceito venceu.


Nos portos do Ceara
o trafico nao permitiu
nosso navio negreiro
daqui nunca partiu
naquele dia surgia
a tao sonhada alforria
que tanta gente pediu.


A cidade de Acarape
foi a tal libertadora
mudou-se pra Redençao
o nome da redentora
o Ceara resoluto
deu seu grande contributo
para a geraçao vindoura.


O nosso "Marechal Negro"
veio aqui nos visitar
essa terra alencarina
quis ele entao exaltar
num discurso nos induz
chamou de "Terra da Luz"
o nosso imenso habitar!


A Jose do Patrocinio
muitos titulos foram dados:
"Tribuno da Redençao"
fora outros citados.
vou seguir a narrativa
sobre essa figura altiva
de conceitos renomados.


Foi exemplo para os jovens
combatendo de bravura
um jornalista implacavel
poeta da desventura
defensor da causa nobre
foi para o escravo um nobre
excelente criatura!


Funda "A Cidade do Rio"
porta voz do excluido